Isolamento social e saúde mental

O que faz nos faz seres de relacionamento é o contato com o outro, a sociabilidade, a interdependência.

Para nós, ocidentais, o contato, o toque, o abraço, o estar junto são características que tornam para muitos o isolamento social potencialmente mais difícil.

Mas, nem tudo é negativo, pois essa mesma necessidade de interação que sentimos falta é que nos motiva a criar formas diferentes de estarmos juntos mesmo a distância.

Me sinto só

Muitas pessoas têm mais relacionamentos e vínculos com pessoas externas, ou seja, que não moram com elas. Isso significa que a família nuclear (a que mora junto) é composta por pessoas que moram juntas, mas não se relacionam ao ponto de se sentirem parte umas das vidas das outras.
Essa oportunidade de estar junto na mesma casa por um tempo longo pode ser uma boa hora para estreitar laços, incentivar o perdão, valorizar coisas que no dia a dia corrido, onde cada um tem seus horários e prioridades são deixadas de lado.

Conviver é difícil

Sabemos que a maior parte dos conflitos que temos advêm das relações interpessoais, sendo assim ficar muito tempo perto de alguém, e nesse nosso caso sem opção pode ser uma tarefa desafiadora. Se há algo que podemos analisar nessa situação é…

O que me incomoda no outro, está me dizendo o que sobre mim?

É isso mesmo, se algo em outra pessoa te incomoda, é provável que desperte algo em você que precisa ser dada uma atenção, por exemplo, você pode estar apenas diante de um espelho, e por não gostar dessa característica em ti acaba por julgá-la no outro, as vezes sem perceber, por isso, perceba-se mais nas relações que poderá descobrir coisas sobre você que não havia percebido.

Incertezas

Um cenário de isolamento social pode potencializar suas inseguranças, é natural que desencadeie uma ansiedade, um pouco acima do normal, mas o que fazer?

Questione seus pensamentos, converse consigo e veja a probabilidade real do seu pensamento se concretizar.

Caso permaneça com o raciocínio negativo busque soluções alternativas para enfrentar o problema.

Use a sua fé, entenda que não me refiro a religião, estou falando de fé, ou seja, acreditar que existem possibilidades além daquilo que os seus olhos vêem.

Vamos aproveitar esse período e revisitar álbuns de fotografia, fazer uma boa faxina em gavetas e armários.
Aproveite e organize-se com uma rotina alimentar mais saudável, teste receitas, treine suas habilidades de autocuidado.

Inicie um curso online, aprenda algo novo com seus familiares, dedique-se a estudar um assunto pendente.

Comece a sua terapia, inicie uma atividade física atualize seu currículo, faça coisas por você, faça coisas com a sua família, joguem stop, jogo da velha, montem um quebra cabeça…tem aplicativos para quem mora distante que possibilitam essas interações.

Relacione-se, você não precisa estar sozinho para se isolar.

 
Fernanda de Vasconcelos Silva
PSICÓLOGA | CRP 06/141330
 
 

Sobre o Autor

Fernanda Vasconcelos
Fernanda Vasconcelos

Graduada em Psicologia, Administração de Recursos Humanos, Pós-Graduada em Terapia Cognitivo Comportamental para Atuação em Múltiplas Necessidades Terapêuticas e Especialista na Metodologia DISC de Análise Comportamental.

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