A vida é feita de altos e baixos e isso você provavelmente sabe e experimentou, mas você sabe diferenciar uma fase difícil de um problema que precisa de mais atenção?
É comum encontrar pessoas que estão em um início de depressão que se negam a procurar ajuda profissional e acreditam que podem dar conta sozinhas, você conhece alguém assim?
Vou te ajudar a conversar com essa pessoa para que ela aprenda a diferenciar tristeza momentânea de início de depressão.
Tudo começa pelo acolhimento
Abordar uma pessoa que já não está bem com agressividade ou julgamento certamente não vai ajudá-la, pois pode acreditar ela já tem se julgado bastante.
Uma conversa demonstrando acolhimento pode ser o caminho para que a pessoa consiga se sentir segura em compartilhar tudo o que está se passando.
O que perguntar nessa conversa?
Muitas pessoas não conseguem desenvolver na conversa por não saber o que abordar nesses casos.
Vou colocar aqui 5 perguntas que você pode fazer para ajudar a pessoa a entender o que está se passando.
1. Pergunte sobre os sentimentos, ajude a pessoa a dar nome para aquilo que ela sente, pode ser difícil em alguns casos, pois existem muitos sentimentos presentes, mas é importante nomeá-los. Afinal a gente não consegue lutar contra um inimigo desconhecido.
2. Pergunte sobre os pensamentos que a pessoa tem com mais recorrência, observe se eles são mais inclinados para coisas positivas ou negativas.
3. Pergunte a quanto tempo ela vem se sentindo desse jeito, isso pode trazer uma boa noção de que não é algo momentâneo, as vezes a pessoa não se dá conta de quanto tempo faz que não está tudo bem.
4. Verifique se existe algum acontecimento importante que precedeu a mudança de pensamento, sentimento e comportamento. Esse fator é super importante, pois é nele que pode estar o gatilho.
5. Pergunte se a pessoa se lembra de ter se sentido assim antes e se percebe que com o passar do tempo os sintomas estão ficando mais acentuados.
Lembre-se que essas perguntas são para te guiar em uma conversa acolhedora e que a sua intenção é ajudar e não julgar ou diagnosticar algo.
Dê exemplos da sua percepção sobre o comportamento da pessoa, e pergunte se ela concorda contigo.
Exemplo:
Você: Lembra que você sempre gostou de sair de casa? Percebe que agora quase não sai?
Pessoa: É verdade, não tenho vontade de sair.
Veja que a conversa precisa ser sempre buscando a confirmação da pessoa, isso é importante para que ela tome consciência de algumas coisas que podem estar despercebidas ou automatizadas.
Após essa conversa a pessoa pode perceber que realmente precisa de ajuda profissional, de qualquer forma é importante ficar atento aos comportamentos que ela vai apresentar e intervir se necessário.
Existem várias formas de pedir ajuda, o silêncio inclusive é uma delas, precisamos estar atentos aos sinais.
Procure ajuda psicológica para lidar com pessoas nessa situação, tome cuidado com as palavras e não ultrapasse o limite das intervenções se você não é profissional de saúde mental.
Fernanda de Vasconcelos Silva PSICÓLOGA | CRP 06/141330 | |||||
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